Uma empresa de Santa Cruz do Sul conseguiu reunir, em um mesmo produto, resistência, custo baixo e redução de danos ambientais. Tudo isso com a fabricação de telhas e laminados que utilizam como matéria-prima caixas recicladas do tipo longa vida, geralmente usadas como embalagens de leite, sucos, molhos e outros alimentos.
O projeto foi resultado de três anos de pesquisas e testes. O empresário Gerson Zart e a esposa Tatiana Petry plantavam arroz no Uruguai e resolveram buscar um novo ramo de atividade. A utilização de material reciclável chamou a atenção do casal, que investiu no produto mesmo sem ter grandes bases de referência. Das tentativas veio o resultado satisfatório.
A telha, certificada pelo Instituto Nacional de Metrologia, Normalização e Qualidade Industrial (Inmetro), é resistente ao granizo e indeformável, além de flexível e de possuir baixa condutividade térmica. Todas as características são obtidas a partir do uso de um único material: a parte interna das embalagens longa vida, feita de alumínio e plástico.
Para produzir mil telhas, são necessárias cerca de dez toneladas de resíduos, que são picados e prensados para virar chapas de sete milímetros de espessura. A carga reciclada é comprada de uma empresa de Gramado, a um preço entre R$ 0,10 e R$ 0,30 o quilo. A idéia, no entanto, é garantir em breve a auto-suficiência no próprio município, implantando uma pequena usina de reciclagem e parcerias com grupos de catadores.
A produção da GLZ Telhas e Laminados chega a 60 telhas por dia. Mas em alguns meses, a intenção é triplicar o volume. “Estamos esperando para ver como será a aceitação no mercado, para então expandir a empresa”, diz Tatiana Petry. A fábrica fica em um prédio de 650 metros quadrados localizado na Avenida Castelo Branco, no Distrito Industrial de Santa Cruz. O aluguel é subsidiado pela Prefeitura, por meio da Sala do Empreendedor.
PREÇO
As telhas da GLZ, a princípio, se destacam pela relação custo-benefício. Enquanto uma folha comum de cimento-amianto, com espessura equivalente, custa em média R$ 29,00, a reciclada sai por R$ 25,00. Além de representar uma alternativa de negócio inovadora, o produto contribui para a preservação ambiental. Segundo estimativas, as embalagens de leite não têm tempo de decomposição determinado. Somente o plástico que compõe 25% as caixinhas leva 450 anos para se desfazer.
As telhas aos poucos estão sendo inseridas no mercado, por enquanto com vendas somente na própria fábrica. Agora a idéia dos empresários é difundir o produto entre as lojas de materiais de construção. “Ainda há um pouco de desconfiança por se tratar de matéria-prima reciclada. Mas esperamos que a qualidade seja reconhecida e as telhas virem alternativa em breve”, conclui Tatiana. Em Santa Cruz, segundo a Associação de Comerciantes de Material de Construção (Acomac), o consumo de telhas do tipo amianto chega a 40 toneladas por mês.
http://www.gazetadosul.com.br/default.php?arquivo=_noticia.php&intIdConteudo=105509&intIdEdicao=1637
Por que conhecer a condutividade térmica dos materiais? www.protolab.com.br
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