quarta-feira, 25 de março de 2009

Grafeno - Condutividade Térmica e Nanotecnologia

O investigador de Física Nuno Peres recebeu hoje um prémio científico da Universidade do Minho pelo seu contributo para o estudo do grafeno, um material descoberto em 2005 por um cientista inglês.

O universitário, num estudo publicado pela revista 'Science' - onde, em regra, são divulgadas as principais descobertas científicas em todo o mundo - refere que 'o potencial de utilização do grafeno na próxima geração de nanomateriais e nanotecnologias vai ser gigantesco'.

A Universidade do Minho comemorou hoje 35 anos de existência, com uma cerimónia solene que contou com a presença do Presidente da Comissão Parlamentar de Educação e Ciência, António José Seguro, do Reitor, António Guimarães Rodrigues, e do Presidente da Associação Académica, Pedro Soares.

O grafeno, descoberto pela equipa de André Geim da Universidade de Manchester, Inglaterra, é obtido a partir da grafite, ou seja, de um simples pedaço de carvão, de onde é extraído em formato atómico de carbono, de dimensão micro, ou nano em termos científicos.

O estudo deste material - em que a UM é pioneira em parceria com a Universidade de Manchester - 'está na fronteira do conhecimento em nanotecnologias'.

Nuno Peres trabalha no Departamento de Física em cooperação com o Prof. Tobias Stauber, um pós-doutorado na área que também trabalha em Braga.

O grafeno - assinala - tem propriedades de 'transportador eléctrico', o que abre vastas possibilidades em aplicações nano-eléctricas (com a espe um átomo), ou seja, semi-condutores de nova geração, que transportam luz de forma muito mais rápida.

Tem, também, uma condutividade térmica muito alta, o que permite resolver problemas de aquecimento em todo o tipo de equipamentos, como é o caso, para dar apenas um exemplo, de um simples computador.

Com apenas a espessura de um átomo, o grafeno é altamente transparente à luz, propriedade com diversas aplicações, como é o caso das células foto-voltaicas: 'com o grafeno quase toda a luz é retida, não se perde', explicou, frisando que tal característica revoluciona o sector.

Para o investigador, a possibilidade de existência de Vida no nosso planeta está estreitamente relacionada com uma constante física fundamental que determina a intensidade com que interagem a matéria e a luz, a constante de estrutura fina. O seu valor é perto de 1/137.

'Ficámos verdadeiramente espantados quando nos apercebemos que uma constante fundamental tão importante poderia ser medida de maneira tão simples. Pode ter-se um vislumbre da ordem do Universo apenas olhando para o grafeno', afirma.

Em declarações `a Lusa em Julho de 2008, Nuno Peres disse que o futuro Instituto Ibérico de Nanotecnologias de Braga deve envolver o grafeno, no seu 'portfólio' científico.

Nuno Peres considera que 'Portugal não pode ficar para trás no estudo científico deste novo material', e lembra que outros países, como a Espanha estão já a criar equipas e laboratórios nesse sentido.

http://www.correiodominho.com/noticias.php?id=1903

Mais sobre o Grafeno:

http://pt.wikipedia.org/wiki/Nanotecnologia_do_carbono

Tecnologia em condutividade térmica:

http://www.protolab.com.br

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